Neste resumo, você vai conhecer sobre as características políticas, econômicas e a cultura da chamada República Oligárquica e a Política do Café-com-Leite. Ao terminar de ler, confira outros recursos para você aprender mais, como videoaulas, questões, mapas mentais, dentre outros

Antecedentes

República Oligárquica é o termo utilizado para denominar o período entre 1894 e 1930, em que o Brasil foi governado por grupos ligados ao café.O termo “Oligárquica” significa que o poder estava concentrado num grupo pequeno, uma elite. Neste caso, a elite cafeeira.

A República Oligárquica, juntamente com a República da Espada, faz parte da República Velha.

Os donos do poder

Com o fim do governo dos militares, em 1894, o Brasil passou a ter presidentes vinculados a grupos cafeeiros. A maioria dos presidentes ou eram de São Paulo, produtor de café, ou Minas Gerais, que produzia leite. Assim, este revezamento entre São Paulo e Minas ficou conhecido como Política do Café-com-Leite.

A Política do Café-com-Leite está relacionada com uma troca de favores políticos entre o governo federal e o estadual, denominada Política dos Governadores. Em algumas cidades do interior, em especial no Nordeste, vigorava a prática do Coronelismo. Coronel era o nome que se dava a alguém que, por seu poder, influenciava na política local.

Sendo o voto não secreto, e através da violência ou suborno, os coronéis geralmente conseguiam eleger os políticos de sua preferência. Esta prática ficou conhecida como “voto de cabresto”.

Movimentos sociais

A República Oligárquica foi um período turbulento, sendo que várias revoltadas sacudiram o país. No geral, estas revoltas mostravam insatisfação diante de um sistema de governo que alterava muito pouco as condições de vida da população.

Entre as principais estão: Guerra de Canudos, Guerra do Contestado, Revolta da Vacina, Revolta da Chibata, Cangaço e Tenentismo.

Canudos e Contestado

A Guerra de Canudos ocorreu entre 1896 e 1897, na Bahia. O arraial de Canudos foi criado sob a liderança de Antônio Conselheiro, e agregava famílias pobres do sertão baiano.

O movimento tinha caráter coletivista, messiânico e monarquista. Conselheiro atribuía à República os males que sofria a população brasileira. Considerando Canudos uma ameaça, o governo federal e estadual mandaram o exército para destruir o arraial. Porém, foram necessárias quatro expedições para vencer os sertanejos.

A Guerra do Contestado ocorreu entre 1912 e 1916, numa região entre Paraná e Santa Catarina. Grupos de camponeses desta região se revoltaram com a concentração de terras, e com problemas ligados a construção de uma estrada de ferro.

Esta estrada de ferro acabou desalojando parte da população local, além de gerar desemprego e monopólio da madeira. Neste cenário, José Maria conseguiu reunir várias pessoas, pregando o coletivismo e despertando o descontentamento dos líderes locais e do governo.

Foram mais de três anos de luta entre tropas do governo e os camponeses, até a vitória do exército. Esta guerra é considerada a primeira a utilizar aviões.

Vacina e Chibata

A Revolta da Vacina ocorreu em 1904, no Rio de Janeiro. Os motivos da revolta estão ligados à higiene precária no Rio de Janeiro, que facilitava a proliferação de doenças. Diante deste quadro, o médico Oswaldo Cruz assumiu o compromisso de acabar com a febre amarela e a varíola, decretando vacina obrigatória.

O povo não aceitava ser vacinado a força, e se revoltou, transformando a então capital federal em um campo de batalha. A revolta também expressava a insatisfação da população devido ao desemprego, fome e a demolição de cortiços do centro da cidade, em nome da modernização.

A Revolta da Chibata ocorreu em 1910, no Rio de Janeiro. Os motivos estão ligados aos castigos físicos a que eram submetidos alguns marinheiros, através de chibatadas. Diante do abuso nos castigos corporais, alguns marinheiros se revoltaram, liderados por João Cândido, conhecido como Almirante Negro.

O então presidente Hermes da Fonseca prometeu, em troca do fim da revolta, o fim das chibatadas, e perdão aos marinheiros que se revoltaram. Porém, boa parte das promessas não foram cumpridas. Muitos marinheiros foram presos, entre eles João Cândido.

Cangaço e Tenentismo

O Cangaço ocorreu entre 1870 e 1940, no sertão nordestino. Originalmente, os cangaceiros estavam ligados aos interesses de um coronel. Porém, com o aumento da miséria no sertão, grupos de cangaceiros passaram a atuar de forma independente.

Os cangaceiros eram considerados fora-da-lei e saqueadores, por uns, e justiceiros por outros. Alguns grupos do cangaço distribuíam mantimentos roubados a famílias pobres. Um dos grupos de cangaceiros mais famosos foi liderado por Virgulino Ferreira, mais conhecido como Lampião.

O Tenentismo ocorreu entre 1922 e 1927, em diferentes localidades. Tinham, em comum, o descontentamento com o governo. De certa forma, tiveram influência no fim do poder nas mãos dos cafeicultores.

A primeira revolta dos tenentes ocorreu em 1922, no Rio de Janeiro, e ficou conhecido como os “Dezoito do Forte”. A segunda revolta ocorreu em 1924, em São Paulo, liderados pelo general Isidoro Dias. A terceira revolta ocorreu de 1924 a 1927, e ficou conhecida como Coluna Prestes. Os revoltosos, liderados por Luís Carlos Prestes, percorreram mais de 10 estados, protestando contra o governo.

Semana de Arte Moderna

A Semana de Arte Moderna ocorreu no Teatro Municipal de São Paulo, realizada em 1922, pelo pintor Di Cavalcanti. O evento marcou o início do modernismo no Brasil. Em um período repleto de agitações, os intelectuais brasileiros perceberam que precisavam abandonar os valores estéticos antigos para dar lugar a um novo estilo.

Apesar do termo “semana”, o evento ocorreu em três dias. Cada dia da semana abordou um aspecto cultural: pintura e escultura, poesia, literatura e música. Dentre os escritores modernistas destacam-se: Oswald de Andrade, Guilherme de Almeida e Manuel Bandeira. Na pintura, destacou-se Anita Malfatti, que realizou a primeira exposição modernista, em 1917.

Após este evento, houve um rompimento com o academicismo literário, com a gramática normativa, incorporação na poesia e na prosa da liberdade na expressão de ideias, entre outras mudanças na cultura nacional.