Neste resumo, você vai conhecer sobre como se deu a instalação de regimes socialistas em alguns países do mundo, como Rússia, Cuba, China, Coreia do Norte e a expansão do socialismo. Ao terminar de ler, confira outros recursos para você aprender mais, como videoaulas, questões, mapas mentais, dentre outros

Antecedentes

Até a Segunda Guerra Mundial, apenas a União Soviética e a Mongólia eram países socialistas. Com o término da guerra, os países da Europa oriental passaram para a esfera de influência da União Soviética. Em todos eles, os comunistas tomaram o poder e implantaram regimes de economia planificada. Esses países foram: Polônia, Hungria, Tchecoslováquia, Bulgária, Romênia, Alemanha Oriental, Iugoslávia e Albânia.

Em outras partes do mundo, nos anos seguintes, revoluções comunistas resultaram na implantação de regimes socialistas em diversos países. A Coreia do Norte se tornou socialista em 1945. Em 1949, ocorreu a Revolução Chinesa. Em 1959, a Revolução Cubana deu início à primeira experiência socialista na América. Na Nicarágua, uma revolução triunfou em 1979.

O Vietnã foi unificado sob regime comunista em 1975. Seguiram-se o Laos e o Camboja. Angola, Moçambique e Guiné-Bissau abraçaram o caminho do socialismo, na década de 1970, após a sua independência.

A Revolução Chinesa

Em 1912, a China deixou de ser um Império. Foi proclamada a República. Terminava o milenar sistema monárquico de governo, vigente desde o período das dinastias. Porém, a República não conseguiu acabar com o domínio econômico que europeus e norte-americanos exerciam sobre o país, aliados aos chefes militares locais e parte da burguesia chinesa.

A fim de encontrar um novo caminho para o país, livrando-o da dominação estrangeira, um grupo de militantes políticos fundou, em 1921, o Partido Comunista Chinês. Inicialmente, o Partido Comunista esteve ligado ao Kuomintang – Partido Popular Nacional – o partido responsável pela proclamação da República na China.

Em 1927, porém, o chefe do Kuomintang, general Chang Kai-Chek, massacrou os comunistas em Xangai, por agirem em desacordo com seu partido. A perseguição aos comunistas estendeu-se a todo o país.

A Longa Marcha

Para evitar o extermínio total, um dos principais líderes do partido, Mao Tse-Tung, decidiu afastar-se para o norte do país. Foi acompanhado de 300 mil pessoas, entre homens, mulheres e crianças. Esta fuga ficou conhecida como Longa Marcha. Por onde passavam, vistos por milhões de pessoas, Mao seus companheiros organizavam concentrações populares, pregando liberdade e igualdade.

Em outubro de 1935, depois de caminhar 10 mil quilômetros, alcançaram a remota província de Shensi, onde Mao estabeleceu seu quartel-general. Dos 300 mil que partiram, chegaram apenas 30 mil. A guerra entre comunistas e nacionalistas foi temporariamente suspensa no início da Segunda Guerra Mundial, quando o Japão invadiu a China. Com o fim da guerra, os comunistas passaram a receber ajuda da União Soviética.

A guerra civil durou até 1949, quando os comunistas derrotaram os nacionalistas e implantaram um governo com bases socialistas, a República Popular da China. Um dos maiores regimes socialistas atualmente.

República Popular da China

O novo governo chinês, liderado por Mao Tse-Tung, tentou desde o início conquistar a confiança dos camponeses. Para isso, tomou uma série de medidas para acabar com a pobreza. Mao se apropriou de grandes propriedades de terra, distribuindo parte delas para 70 milhões de famílias. Em 1958, todas as indústrias passaram para o controle do Estado e cooperativas.

Parte das críticas feitas ao governo comunista chinês está relacionada a centralização do poder nas mãos do Partido Comunista Chinês. Um ano após tomar o poder, Mao invadiu o Tibete, anexando aquele território. Em 1966, visando combater a oposição interna, foi lançada a chamada Revolução Cultural Proletária, que perseguiu elementos opositores ao governo, principalmente intelectuais.

Em 1976, com a morte de Mao Tse-tung, Deng Xiaoping assumiu a liderança do país e flexibilizou o comunismo no país, permitindo a iniciativa privada em pequena escala.

A Revolução Cubana

A ilha de Cuba tornou-se independente da Espanha em 1898. Mas, desde o início, esteve muito ligado aos Estados Unidos. Os norte-americanos construíram inclusive uma base militar – a base de Guantánamo. Empresários norte-americanos passaram a investir muito dinheiro na indústria do açúcar e no turismo cubano. Essa situação não se alterou muito até 1952, com Fulgêncio Batista no governo.

O governo de Batista servia de proteção a todo tipo de negociatas e práticas corruptas dos oficiais do exército, das poucas famílias ricas e dos norte-americanos que tinha negócios em Cuba. Muitos cubanos passaram a combater a corrupção do governo de Batista, o que desencadeou a repressão política contra os adversários do governo, com torturas e prisões em massa. Um desses adversários era um jovem advogado chamado Fidel Castro.

Fidel Castro

Fidel Castro, achando que pelos meios pacíficos não iria conseguir nada, reuniu um pequeno grupo de revolucionários e com eles tentou dominar parte das forças militares do país. Não teve sucesso e foi preso. Dois anos depois foi solto e, então, decidiu mudar de tática. Exilou-se no México e lá reuniu um corpo guerrilheiro de 82 combatentes para iniciar uma guerra de guerrilhas contra o governo de Batista.

O desembarque dos revolucionários ocorreu em 1956. Mas as forças do governo já tinham descoberto o barco – o Granma. Houve luta e o grupo de guerrilheiros teve que se esconder nas florestas de Sierra Maestra. Do alto da serra, através de uma miniestação de rádio, passaram a pregar a luta contra o governo. Aos poucos, através de ataques-surpresa a guarnições do exército, foram conseguindo mais armas e munições.

O apoio da população não tardou. O pequeno grupo, composto por Fidel Castro e o médico argentino Che Guevara, foi ganhando cada vez mais voluntários. De Sierra Maestra, os guerrilheiros desceram e se espalharam pelo país.

A ocupação de Havana

Em 1º de janeiro de 1959, comandados por Fidel Castro, Che Guevara, Camilo Cienfuegos e Raul Castro – irmão de Fidel –, os guerrilheiros tomaram Havana e outras cidades importantes. Fidel Castro, principal líder da revolução, assumiu o poder e buscou realizar reformas como reforma agrária, expropriação de empresas norte-americanas, reforma no ensino e na saúde. Foi o caminho de um dos maiores regimes socialistas do mundo.

Em 1961, Cuba optou pelo socialismo, passando a dirigir sua economia por este sistema, com apoio da União Soviética. Esta opção desagradou os Estados Unidos, que impôs um embargo econômico sobre a ilha. O governo socialista cubano se orgulha de algumas conquistas, como o fim do analfabetismo, o controle de doenças, a distribuição de terras, a gratuidade na educação e assistência médica.

Por outro lado, o governo enfrenta problemas sociais ligados à centralização do poder e forte censura. Assim, vários cubanos tentam fugir da ilha e são vários os críticos do socialismo cubano.

A Nicarágua

Um dos mais significativos movimentos revolucionários ocorreu na Nicarágua. Desde a década de 1930, este país era dominado por uma ditadura controlada pela família Somoza. Na década de 1960, um grupo de estudantes e intelectuais organizou um movimento destinado a derrubar aquele sistema de governo. O nome do movimento era Frente Sandinista de Libertação Nacional.

Sandinista vem de Sandino, nome de um herói da Nicarágua, que, na década de 1930, combateu o governo em nome da liberdade e independência econômica do país. Acabou traído e assassinado. Graças ao grande apoio popular que tinha, a Frente Sandinista conseguiu enormes progressos na sua luta. Finalmente, em 1979, venceu a luta contra os Somoza e assumiu o governo.

Porém, por conta de desentendimentos internos, formaram-se vários grupos anti-sandinistas, chamados de Contras. Uma crise cada vez mais aguda fez os sandinistas convocarem eleições, nas quais foram derrotados em 1990. Um do regimes socialistas latino-americanos chegou ao fim.

Capitalismo x Socialismo

Capitalismo e socialismo são dois sistemas político-econômicos opostos. Enquanto o primeiro busca acumular capital através do trabalho, o segundo busca socializar sistemas de produção e extinguir a divisão de classes sociais. O capitalismo é um sistema em que os meios de produção pertencem a uma propriedade privada. O controle de produção, propaganda e venda do produto está em poder dos donos do sistema.

Além disso, o estabelecimento do domínio parcial ou total de todos os meios de produção, independente do seguimento são produzidos por iniciativa particular. O sistema é dividido em classes sociais, definidas pelo acúmulo de dinheiro. Por sua vez, no socialismo, o controle é realizado pelo Estado, administrando e distribuindo bens, e é caracterizado pela busca de igualdade para todos os cidadãos. Este sistema busca nacionalização completa dos meios de produção.

O socialismo praticado por países como Cuba e Coreia do Norte é diferente daquele defendido por Marx, no século XVIII. Nestes países, o sistema é fechado, o povo não tem direito à democracia e a censura é comum. É a característica dos regimes socialistas.