Neste resumo, você vai conhecer a Reforma Protestante, suas causas e contexto histórico. Você vai aprender o que foram o luteranismo, o calvinismo e o anglicanismo. Ao terminar de ler, confira outros recursos para você aprender mais, como videoaulas, questões, mapas mentais, dentre outros

A Reforma Protestante foi um movimento cristão iniciado no século XVI, na Alemanha, que protestava contra diversos pontos da doutrina da Igreja Católica, propondo uma reforma no catolicismo. A força e o prestígio da Igreja Católica ficaram abalados, no século XVI, com as transformações econômicas e culturais na Europa.

Até o final da Idade Média, a grande maioria dos cristãos permaneceu unida em torno da autoridade do papa, chefe máximo da Igreja Católica. No início da Idade Moderna, porém, alguns cristãos passaram a protestar contra o que consideravam abusos da autoridade papal. Alguns destes cristãos deixaram de obedecer ao papa e separaram-se da Igreja de Roma.

Foram várias as causas que originaram a Reforma, a maioria relacionada com as condições gerais da Europa no século XVI.

Causas

Dentre as causas principais da Reforma Protestante, podemos destacar o luxo da Igreja, pois, enquanto pregavam pobreza e simplicidade, membros do clero vivam no meio de grandes riquezas. A crítica à usura, ou seja, empréstimo a juros, e a defesa de que o lucro era pecado. Estas ideias prejudicavam especialmente a burguesia, que estava em ascensão.

A simonia, ou seja, a venda de relíquias sagradas e cargos eclesiásticos. Além disso, a venda de indulgências, ou seja, de perdões. Esta doutrina defendia que pessoas deveriam pagar para obter o perdão dos pecados. A invenção da prensa móvel por Gutenberg, que possibilitou a divulgação e cópia muito mais rápida de livros. Também possibilitou que a Bíblia fosse traduzida nas línguas locais.

O conjunto destes fatores impulsionaram as críticas contra as doutrinas católicas, que levaram a instauração da Reforma Luterana, Calvinista e Anglicana.

Reforma Luterana

A Reforma Luterana foi iniciada por Martinho Lutero, na Alemanha. Tudo começou quando, para propiciar a construção da Basílica de São Pedro, em Roma, o papa Leão X ordenou a venda de indulgências. Em 1517, o monge Martinho Lutero se desentendeu com o dominicano Tetzel, que vendia indulgências em nome do papa. Isto porque Lutero se recusava a apoiar a absolvição dos pecados mediante pagamento.

Ao ser ameaçado por Tetzel, Lutero reagiu, afixando na porta da Igreja de Wittenberg as 95 Teses, documento que condenava a venda de indulgências, entre outras práticas e doutrinas da Igreja. A disputa entre Lutero e a Igreja se prolongou até 1520, quando o papa o excomungou. Lutero queimou publicamente o documento de excomunhão e passou a difundir sua doutrina.

Assim, surgiu o luteranismo, doutrina que ganhou adeptos em várias regiões da Europa, principalmente na Alemanha, Suécia, Dinamarca e Noruega.

Reforma Calvinista

A Reforma Calvinista foi iniciada por João Calvino, na Suíça. Nascido na França, Calvino teve que fugir para este país, em 1536, para defender as idéias mais radicais de Lutero. Na Suíça, Calvino passou a dar destaque à ideia da predestinação, segundo a qual o trabalho e a prosperidade alcançada por meio dele são sinais de benção divina e salvação da alma.

Vale ressaltar que a formação do sistema capitalista foi muito estimulado pelos valores do calvinismo, que encorajava o trabalho e o lucro e condenava os prazeres e os gastos. Por corresponder aos interesses da burguesia, o calvinismo se expandiu para os países onde o comércio era mais desenvolvido.

Na França, os calvinistas eram chamados de huguenotes; na Inglaterra, de puritanos; na Escócia, de presbiterianos; na Holanda, fundaram a Igreja Reformada.

Reforma Anglicana

A Reforma Anglicana foi iniciada por Henrique VIII, na Inglaterra. Henrique VIII havia solicitado ao papa a anulação de seu casamento com Catarina de Aragão, para casar-se com Ana Bolena. Diante da recusa do papa – e usando isso como pretexto –, o rei ordenou que seu casamento fosse anulado por um tribunal eclesiástico inglês.

Além disso, o rei fez com que o Parlamento lhe outorgasse o título de chefe supremo da Igreja da Inglaterra. Assim, em 1534, nascia o anglicanismo. A Igreja da Inglaterra separou-se de Roma, mas conservou boa parte da doutrina católica.

Os puritanos entraram em choque com os anglicanos, gerando inúmeros conflitos. No século XVII, estes conflitos levaram às emigrações em massa para regiões da América do Norte.

Noite de São Bartolomeu

A Reforma Protestante deu origem a conflitos religiosos entre católicos, que queriam manter seu poder, e os protestantes, que pretendiam aumentar sua influência. Um destes conflitos ocorreu na França, em 1572. Ele foi denominado Noite de São Bartolomeu. Os reis católicos desejavam reprimir os protestantes franceses.

A repressão acabou levando à morte por volta de 100 mil huguenotes, denominação dada aos protestantes calvinistas na França. Além deste, muitos outros ataques foram organizados contra os protestantes franceses.

Contra-Reforma

A Contra-Reforma foi uma reação da Igreja Católica à Reforma Protestante. As principais iniciativas da Contra-Reforma foram a convocação do Concílio de Trento, a criação da Companhia de Jesus e o aumento das atividades do Tribunal da Inquisição.

O Concílio de Trento condenava a doutrina protestante, aconselhava a formação dos sacerdotes em seminários e instituiu uma lista de livros proibidos – o Index. O Tribunal da Inquisição foi um instrumento de terror utilizado pela Igreja Católica contra todos que divergiam de sua doutrina – os hereges. As práticas envolviam interrogatórios, tortura e morte.

A Companhia de Jesus foi uma ordem religiosa criada por Inácio de Loyola, na Espanha. Sob rígida disciplina, os chamados jesuítas combatiam as ideias protestantes e dedicaram-se a conversão de diferentes povos aos cristianismo.