Neste resumo, você vai aprender sobre o Império Bizantino, a formação do Império Romano do Oriente, aspectos políticos, sociais, culturais e sua desintegração. Ao terminar de ler, confira outros recursos para você aprender mais, como videoaulas, questões, mapas mentais, dentre outros

Antecedentes

No século IV, diante da gravidade da crise no Ocidente, o imperador Constantino decidiu criar uma capital no Oriente. O local escolhido foi Bizâncio, que recebeu o nome de Constantinopla. O imperador soube escolher muito bem a localização da capital. Bizâncio situava-se na costa ocidental do estreito de Bósforo, entre o mar Negro e o mar de Mármara.

O Império Bizantino, ou Império Romano do Oriente, conservou viva a cultura e as tradições romanas durante muito tempo após a queda de Roma. Outras cidades importantes do império foram Tessalônica, Niceia e Tarso. O imperador Constantino pretendia que a capital se chamasse Nova Roma, mas o nome de Constantinopla prevaleceu. Hoje a cidade se chama Istambul e fica no território da Turquia.

O novo império oriental tornou-se uma das culturas mais brilhantes na Idade Média. Enquanto na Europa ocidental as cidades desapareciam e a população migrava para o campo, o Império Bizantino mantinha seu caráter urbano.

Economia

Constantinopla fabricava artigos de luxo e de alta qualidade destinado a exportação para o Ocidente. Importava trigo, especiarias, perfumes, papiros, peles e pedra preciosas. Da Grécia chegavam o azeite, as azeitonas e o vinho. Da Síria vinham ornamentos de luxo. O valor a moeda de ouro bizantina era tão estável que foi usada em vários lugares.

Com tanta riqueza, Constantinopla pôde construir belos e imponentes edifícios públicos. Atraiu artistas de projeção: pintores, escultores e arquitetos que a transformaram em um importante centro cultural. O dinheiro para as construções, serviços públicos e diversões era conseguido com cobranças de impostos sobre todas as mercadorias que entravam e saíam da cidade.

Sociedade

A sociedade bizantina era totalmente hierarquizada. No topo da sociedade encontrava-se o imperador e sua família. Logo abaixo vinha a nobreza formada pelos assessores do rei. Banqueiros, comerciantes, donos de oficinas e grandes proprietários de terra constituíam uma aristocracia bastante rica, que consumia os artigos de luxo produzidos.

Nas cidades, havia uma camada social intermediária, constituída de trabalhadores das oficinas e do comércio. Estes viviam em melhores condições do que os cidadãos médios da Europa Ocidental. Havia, ainda, os servos, ligados às terras dos grandes proprietários. Estes também viviam em melhores condições do que os camponeses do feudalismo europeu. A exploração dos senhores era regulamentada por lei.

A servidão era transferida hereditariamente, e os servos eram proibidos de sair das terras onde havia nascido. Os escravos, em sua maioria, eram encarregados dos serviços domésticos.

Religião

A religião cristã, herdada de Roma, desempenhava um papel central na vida dos bizantinos. Os festejos, a arquitetura, os jogos e espetáculos teatrais – tudo tinha um fundamento religioso. O povo procurava as bençãos da Igreja para todas as atividades cotidianas. Quando uma frota partia para a pesca, por exemplo, recebia uma benção em longos rituais.

Além das relíquias religiosas, os bizantinos também veneravam ícones – imagens de Cristo, da Virgem Maria e dos santos reproduzidos em pinturas e esculturas. Os principais produtores de ícones eram os monges, que conseguiam grandes lucros com esta atividade. Isentos de tributação, os monges tinham grande influência na sociedade bizantina.

Visando enfraquecer o poder dos monges, em 725, o imperador proibiu o uso de imagens, determinando sua destruição. Devido a isto, os destruidores de imagens, chamados de iconoclastas, destruíram várias pinturas e esculturas.

Legado cultural

A partir do século XI, a arte bizantina alcançou extraordinário destaque, principalmente com a arquitetura religiosa. As basílicas, com seus mosaicos e pinturas, são o ponto alto da arte bizantina. A mais rica e bonita é a Basílica de Santa Sofia – ou Hagia Sophia – que ainda existe.

O Império Bizantino desempenhou também um papel muito importante no sentido de defender os tesouros de sua civilização antiga. Suas bibliotecas guardaram as obras dos historiadores, sábios, poetas e oradores da Antiguidade grega e romana. No ocidente, muitas dessas obras foram destruídas pelos bárbaros.

Reinado de Justiniano

O Império Bizantino atingiu o seu apogeu durante o reinado do imperador Justiniano, que governou entre 527 a 565. Ele pretendia reconstituir a unidade do antigo Império Romano. O reinado de Justiniano foi marcado por três grandes acontecimentos. Em primeiro lugar, ele reconquistou a maior parte do antigo Império Romano do Ocidente.

Justiniano conseguiu vencer diversos povos bárbaros e reconquistar a África do Norte aos vândalos, a Itália aos ostrogodos e o sul da Espanha aos visigodos. Outro acontecimento foi a atualização do direito romano. Ele mandou reunir e coordenar leis e decretos de Roma numa obra, chamada de Código de Justiniano – ou Corpus Juris Civilis.

A Revolta de Nika

Certas medidas políticas de Justiniano provocaram sério descontentamento entre vários setores da população. As despesas militares exigiam impostos muito altos. Os eficientes funcionários que arrecadavam impostos eram odiados pela população de Constantinopla. Esse ódio desencadeou um violento levante popular. Este levante ficou conhecido como Revolta de Nika. O pretexto para o levante surgiu no Hipódromo de Constantinopla, onde os bizantinos acompanhavam as disputas a cavalo.

A suspeita de uma vitória fraudulenta, em uma das corridas, provocou tumulto que logo se transformou em rebelião. O povo marchou contra o morada do imperador aos gritos de “Nike”, que significa vitória. Vem daí o nome da revolta. O movimento foi esmagado com muita violência.

Tomada de Constantinopla

Após a morte de Justiniano, o Império Bizantino foi decaindo progressivamente. Heráclio, que governou entre 610 e 641, foi o último grande imperador bizantino. Os últimos anos de Heráclio coincidiram com o começo das invasões árabes. Os invasores muçulmanos, no entanto, foram incapazes de tomar Constantinopla.

Isto porque os bizantinos dispunham de uma arma chamada “fogo grego”. Tratava-se de um equipamento que lançava projéteis que explodiam e provocavam incêndios que nem a água conseguia apagar. Mesmo com esta poderosa arma, os bizantinos foram perdendo seus domínios. Por volta de 1350, os turcos otomanos controlavam quase toda a Ásia Menor e avançavam sobre a Europa.

Em 1453, depois de conquistar a maior parte do Império Bizantino, o sultão Maomé II conquistou Constantinopla. Essa data marca o fim da Idade Média e o início da Idade Moderna.