Quem diria que alguns gramas de canela, cravo e noz-moscada estiveram entre os fatores responsáveis pelo “descobrimento” da América? Pois é, artigos hoje tão comuns na culinária ocidental, as especiarias custavam seu peso em ouro e eram dificílimas de encontrar. Sendo assim, vamos conhecer 5 Especiarias Muito Procuradas Durante a Expansão Marítima.

Os europeus buscavam especiarias originadas das regiões tropicais do sul e sudeste asiático. O comércio de especiarias existe deste a antiguidade, mas foi expandido a partir das Cruzadas que ocorreram na Idade Média. As especiarias eram utilizadas para conservar e melhorar o sabor dos alimentos. Eram utilizadas também como perfume, afrodisíaco, incenso, etc. Elas tinham longa durabilidade, suportavam meses de viagem sem perder sua qualidade aromática e medicinal.

1- Pimenta-do-Reino

Expansão Marítima

Imagem da Pimenta-do-Reino

Seus grãos são secos e moídos, e seu sabor picante deriva da substância conhecida como piperina. O comércio da pimenta-do-reino era ativo no subcontinente indiano, de onde era trazido ao Ocidente por mercadores muçulmanos. O valor da pimenta era tão alto, que algumas fontes citam que Alarico I, o visigodo, exigiu dos romanos pagamento em ouro, prata e pimenta. Um quintal de grãos de pimenta (60 kg) chegou a valer, à época da expansão marítima, 52 gramas de ouro.

2- Cravo-da-Índia

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Imagem do Cravo-da-Índia

O cravo é originário das Ilhas Molucas, na Indonésia. O botão da flor, seco, é usado como especiaria desde a antiguidade, para aromatizar alimentos e para fins medicinais. Na China, o cravo era usado não só como tempero, mas também como antisséptico bucal. Para conversar com o imperador, o visitante tinha que mascar cravo para prevenir o mau hálito. No início do século XVI, um 1 kg de cravo custava 7 gramas de ouro. Foi um dos motivos da Expansão Marítima.

3- Canela

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Imagem de um bastão de canela

A caneleira é nativa do Sri Lanka, no sul da Ásia. Na medicina, é utilizada para curar resfriados. A canela é mencionada por autores clássicos, como Heródoto e aparece, inclusive, na Bíblia, no livro de Êxodo e Provérbios. No início do século XVI, era trazida por navegadores portugueses diretamente do Ceilão (atual Sri Lanka, Ásia). A partir de 1638, a Companhia das Índias Orientais, empresa holandesa, se apropriou das rotas de comércio portuguesas. Um 1kg de canela custava 10 gramas de ouro.

4- Noz-Moscada

Desde a antiguidade até o século XIX, o único lugar onde a noz-moscada era encontrada era a Ilha Banda, nas Molucas, Indonésia. Era vendido por mercadores árabes à República de Veneza e, então, revendida a preços altíssimos. Em 1511, o português Afonso de Albuquerque, em nome do rei de Portugal, conquistou Malaca, o centro de comércio asiático. Em 1512, seus exploradores acabaram chegando a Banda, de onde encheram os navios de noz-moscada e cravinho.

5- Gengibre

O gengibre possui um sabor picante e é originário da Ilha de Java, Índia e China. No Brasil, a introdução do gengibre é associada às invasões holandesas na região a partir de 1625, em Pernambuco. Maurício de Nassau trouxe ao Brasil o botânico Pison, que associou o gengibre ao Brasil, registrando que era cultivado tanto no país quanto na Ásia. Isto porque a planta era encontrada em estado silvestre. O caule subterrâneo do gengibre é utilizado desde a antiguidade, tanto na culinária quanto na medicina.