Neste resumo, você vai conhecer sobre a fascinante civilização do Egito Antigo, sua organização social, política, econômica, os mistérios de sua cultura e religião, a grande importância do Rio Nilo. Ao terminar de ler, confira outros recursos para você aprender mais, como videoaulas, questões, mapas mentais, dentre outros.

Antecedentes

O Egito Antigo é uma das civilizações mais importantes e fascinantes da Antiguidade. A maior parte do que conhecemos sobre esta civilização vem das pirâmides, pinturas, textos e objetos deixados nas tumbas dos reis.

O Egito Antigo se localizava no nordeste da África, em pleno Deserto do Saara. Fazia parte, também, do Crescente Fértil, que englobava também outras regiões, como Mesopotâmia, Fenícia e Israel. A civilização egípcia se desenvolveu às margens do rio Nilo, que transformou o Egito Antigo em um imenso oásis com mais de 1000 quilômetros de comprimento.

Importância do Nilo

O vale do Nilo compreendia o Alto Egito, ou Terra do Sul, e o Baixo Egito, ou Terra do Norte. O rio Nilo desembocava no Mar Mediterrâneo. De junho a outubro, as águas do Nilo inundavam as terras de ambas as margens e depositavam o húmus, uma espécie de adubo natural que tornava a terra propícia para agricultura. Depois das cheias, os camponeses iniciavam a semeadura. Para saber a altura das cheias e se prevenir das enchentes, os egípcios utilizavam um poço à margem do rio, chamado Nilômetro.

O Rio Nilo teve tamanha importância para o Egito, que o grego Heródoto disse a seguinte frase: “O Egito é uma dádiva do Nilo”. Porém, Heródoto, nesta frase, falou apenas da questão geográfica. Não podemos esquecer que, se não fosse o trabalho de camponeses, artesãos e escravos, o Egito nunca teria se tornado uma grande civilização.

Economia

A agricultura era a principal ocupação dos egípcios. Os principais produtos eram o algodão, o linho, trigo, cevada, entre outros. Havia uma espécie de bambu, chamada papiro, que também era cultivada. Através dela, fabricava-se papel, que era utilizado em diferentes sistemas de escrita egípcia.

Os camponeses que moravam nos pântanos e largos costeiros criavam numerosas variedades de peixes. O produto da pesca, seco e conservado, acompanhado de pão e cerveja, constituía parte importante da alimentação dos egípcios. Os excedentes de produção eram comercializados nas planícies desérticas, ao longo do Nilo e pelo Mar Mediterrâneo. Fora do período das cheias e dos trabalhos agrícolas, os camponeses eram obrigados a trabalhar para o estado egípcio, em canais de irrigação, obras públicas e templos.

Sociedade

A sociedade egípcia era dominada pelo faraó, soberano todo-poderoso. Ele era considerado um deus vivo, filho de deuses e intermediário entre estes e os homens. O faraó era objeto de culto e sua pessoa era sagrada. O faraó tinha autoridade absoluta e concentrava, em si, os poderes político e religioso. Exercia, portanto, poder teocrático e despótico, típico do governo no Egito Antigo.

Abaixo do faraó, a sociedade estava dividida em sete grupos sociais: nobres, soldados, escribas, soldados, artesãos, camponeses e escravos. A divisão social não era rígida, ou seja, havia alguma mobilidade social, ainda que pequena. Por outro lado, havia grande desigualdade econômica entre os grupos sociais.

Religião

A religião, que era politeísta e antropozoomórfica, desempenhava um papel muito importante na vida dos antigos egípcios. O Egito era uma civilização teocêntrica, ou seja, praticamente tudo girava em torno da religião. Grande parte de suas crenças e rituais foram incluídos em seu livro sagrado, o Livro dos Mortos. Assim, eles acreditavam numa vida após a morte. Esta forte crença era representada com frequência em pinturas e objetos deixados nas tumbas. Para garantir a passagem para outra vida, desenvolveram técnicas de mumificação.

Eles construíram grandes túmulos, sendo que as pirâmides foram as maiores. As pirâmides serviam de descanso para os faraós e continham vários objetos pessoais para garantir o conforto destes na vida após a morte. Os egípcios também tinham incontáveis deuses, com funções e aspectos variados. Existiam deuses universais e locais. Entre os primeiros, alguns estavam ligados à morte e ao enterro das pessoas. É o caso de Osíris e Anúbis.

Mumificação

De acordo com a religião egípcia, a alma precisava de um corpo para morar por toda a eternidade. Sendo que o corpo tinha quer conservado para abrigar a alma, os egípcios desenvolveram técnicas de mumificação, a partir de substâncias químicas. O tipo de mumificação dependia da condição social do morto. No geral, o processo durava dois meses e era trabalho dos embalsamadores. Além da lavagem do corpo, a mumificação envolvia dois procedimentos básicos: evisceração e desidratação.

A evisceração, ou retirada dos órgãos, iniciava pela extração do cérebro pelas narinas. Em seguida, as vísceras eram retiradas por um corte no abdômen. Cada órgão era depositado em vasos canopos, que acreditavam ser protegidos por divindades. O coração, no entanto, permanecia no corpo. A desidratação consistia em retirar a umidade do corpo e dos órgãos, para evitar decomposição. Para isso, imergiam o corpo em natro, que era um tipo de sal utilizado para este fim. Seguia-se o enfaixamento com bandagens de linho, entre as quais depositavam-se joias e amuletos de proteção.

Enquanto os embalsamadores se ocupavam da proteção do corpo, uma sepultura era preparada e decorada. De acordo com a fortuna do morto, a tumba se resumia a um simples buraco no rochedo ou então era uma sequência de salas cavadas na montanha e bastante decoradas. O uso ou não de um sarcófago para o depósito do corpo também dependia da condição social. Uma prática importante no Egito Antigo.

Política

Inicialmente, o Egito estava dividido em nomos, ou seja, pequenos Estados independentes. Em seguida, esses Estados se uniram, formando o Alto e Baixo Egito. Por volta de 3200 a.C., o Egito foi unificado sob o comando de um único soberano – o faraó. A unidade política do Estado egípcio foi fundamental para organização das obras públicas.

Assim, a criação de um Estado centralizado no poder do faraó estava ligada à necessidade de controle e direção dos grandes trabalhos hidráulicos. Porém, o Estado, que no início foi apenas o organizador das obras necessárias ao bem-estar da população, passou a explorar cada vez mais o trabalho das comunidades. A organização do Estado egípcio no decorrer de sua história está dividido em quatro períodos principais: Período Arcaico, Antigo Império, Médio Império e Novo Império.

Período Arcaico e Antigo Império

O Período Arcaico ocorreu entre 3200 a.C. e 2800 a.C., aproximadamente. Nesse período, os exércitos egípcios lutaram contra os núbios e os beduínos do deserto, pela posse de matérias-primas, como pedra, cobre e ouro. O Antigo Império, por sua vez, ocorreu entre 2800 a.C. e 2100 a.C., aproximadamente.

Nesse período, o Egito foi um Estado pacífico e dedicado a construção de obras de drenagem e irrigação. Também foi nesse período que se construíram as grandes pirâmides de Quéops, Quéfren e Miquerinos. O Antigo Império terminou principalmente por causa do enfraquecimento da autoridade do faraó, diante do poder dos grandes proprietários de terra e dos chefes dos diversos nomos.

Médio Império e Novo Império

O Médio Império ocorreu entre 2100 a.C. e 1580 a.C., aproximadamente. Nessa época, príncipes do Alto Egito restauraram a unidade política do Império, erguendo Tebas como capital. Foi um período de boa administração e bastante prosperidade. O Médio Império terminou por causa de agitações políticas internas que enfraqueceram o país. Isso permitiu que o Egito fosse dominado pelos hicsos, povo nômade de origem asiática.

Enfim, o Novo Império ocorreu entre 1580 a.C. e 715 a.C., aproximadamente. Nesse período, Tebas foi novamente a capital. Os hicsos foram expulsos e o Egito foi marcado por numerosas conquistas. Devido a novas agitações internas e novas ondas de povos invasores, o Egito entrou em decadência e foi conquistado sucessivamente pelos assírios (670 a.C.), pelos persas (525 a.C.), pelos gregos (332 a.C.) e pelos romanos (30 a.C.).

Legado cultural

Além dos complexos rituais de mumificação, os egípcios deixaram várias contribuições culturais. Na escrita, desenvolveram três sistemas diferentes: o hieroglífico, considerado sagrado e usado pelos sacerdotes; o hierático, menos complexo que o hieroglífico e utilizado pelos escribas; e o demótico, mais simplificado e popular.

No campo das ciências, os egípcios desenvolveram principalmente a aritmética, a astronomia e a medicina. As ciências procuravam resolver problemas como controle de inundações, sistemas hidráulicos e preparação do plantio. As artes eram controladas pelo Estado e estavam voltadas para a glorificação dos deuses e dos faraós. Na arquitetura destacam-se as pirâmides e templos.

A escultura e pintura serviam principalmente como auxiliadores da arquitetura. Na pintura, os seres humanos e deuses eram representados sempre com a cabeça e as pernas em perfil, enquanto o tronco e olhos, de frente. Alguns atribuem significado mágico e religioso a este estilo de arte.