Continuando os relatos na Campus Party. O negócio aqui tá ficando cada vez melhor! O dia foi intenso e muito, muito produtivo. Consegui, finalmente, regularizar minha câmera fotográfica, o que ajudou a registrar várias cenas bizarras entre os nerds. E, obviamente, a cereja do bolo foi a palestra sobre Gerações Interativas, promovida pelo grupo EducaRede.

Vale lembrar que fui convidado pela EducaRede – pertencente a Fundação Telefônica – para cobrir os eventos educacionais na Campus Party, como blogueiro insider (vide barra lateral). Comigo nesta empreitada, estão os amigos Cybele Meyer, do blog Educa Já; e Robson Freire, do blog Caldeirão de Ideias.

Geração Interativa: nada mais será como antes

Palestrantes da Campus Party posando para foto

O debate começou falando dos nativos digitais: jovens que nasceram já imersos na cultura digital e que não conhecem um mundo sem redes sociais, e-mail, celular com câmera, tablets…, sem conexão, enfim. A mesa foi composta por Ivelise Fortim, Volney Faustini, Rene Silva, Luciana Cavalini, e tendo como moderadora Priscila Gonsales. Vamos a um breve relato do que cada um falou.

Priscila Gonsales

Jornalista, tem mestrado em Educação, Família e TIC pela Pontifícia Universidade de Salamanca (Espanha). Excelente na moderação, iniciou destacando que hoje todos podemos produzir informações. E lançou a pergunta: “O que é ser autor neste mundo hoje? Que responsabilidade temos como autores na internet?”.

Rene Silva

Morador do Complexo do Alemão, no Rio de Janeiro, publica o jornal A Voz da Comunidade. Ficou nacionalmente conhecido ao fazer a cobertura em tempo real da invasão vista de dentro da favela. A ideia do jornal surgiu quando ele tinha apenas 11 anos. As pessoas tinham necessidade de informações na comunidade. Apesar do começo difícil, as pessoas foram se acostumando. Segundo ele, tudo é feito com muita organização. Existe um combinado entre os participantes da equipe do jornal, e cada um se organiza de acordo com os horários escolares.

Volney Faustini

Empresário, consultor, autor e administrador de Empresas formado pela Fapei. Organizou e editou o e-book Filhos Seguros, Pais Tranquilos, disponível gratuitamente para download na Internet. Volney falou de sua repulsa as diferenciações, como Geração Y e Z, pois são denominações americanas, que nem sempre se aplicam à realidade brasileira. Segundo ele, é importante ligar os radares para detectar os bons exemplos de utilização das novas tecnologias.

Ivelise Fortim

É professora da Faculdade de Psicologia e do Curso de Jogos Digitais da PUC-SP e Membro do NPPI (Núcleo de Pesquisas de Psicologia e Informática da Clínica Psicológica) da PUC-SP. Abordou a forma como as tecnologias têm impacto na vida das pessoas, salientando que elas podem ser usadas para o bem ou para o mal. Segundo ela, é muito grande o desconhecimento dos pais sobre as redes, assim como muitos educadores. As gerações interativas subvertem a ordem de poder, o que é difícil lidar, por parte dos professores e dos pais.

Luciana Cavalini

É especialista de Responsabilidade Social Corporativa da Telefônica, membro do Fórum Gerações Interativas, e jornalista. Trabalhou nos jornais Folha de S. Paulo e Gazeta Mercantil. Luciana falou do livro Geração Interativa na Íbero-América, disponível gratuitamente na internet. Pesquisa que o grupo Telefônica com objetivo educativo. Telas Digitais: TV, Celular, Computador, Games. De acordo com ela, pesquisas apontam que o Brasil é um dos países cujos pais têm a menor participação na vida digital dos filhos.