A história é construída por guerras e conflitos, que podem provocar fortes mudanças culturais e tecnológicas. Geralmente, a supremacia militar de um povo não era definida apenas pelas estratégias ou capacidade de seus generais, mas pelo poder de suas armas. Algumas das armas apresentadas na lista de 15 Armas Antigas Mortíferas que Aterrorizavam Exércitos Inimigos foram incorporadas em filmes épicos, de fantasia e também em jogos eletrônicos.

1- Gladium Hispanicus

Espada reta curta de dois gumes, junto com o pilum, arma principal do legionário clássico (séculos II a.C. a III d.C.). O exercito romano só a adotou muito tempo após a criação das legiões, quando se descobriu  que feridas  superficiais de 10 cm de comprimento (golpes de gume)  eram menos mortais que feridas de 10 cm de profundidade (golpes de  ponta). O gládio parece ter sido adotado quando romanos estavam enfrentando a guerrilha dos ótimos espadachins piberos para conquistar o resto da Hispânia, após Segunda Guerra Púnica. O gládio também deu nome aos lutadores profissionais que se enfrentavam em arenas para deleite da plateia.

2- Scramasax

Espada curta e, portanto, arma secundária de diversas tribos germanas: godos, francos, alamanos. Mas a preferência dos saxões por ela deu-lhes o nome pelo qual os romanos os chamavam. Ela tem apenas um gume. E é muito prática, serve para paz e para guerra é boa para golpes de ponta ou de gume. A Scramasax foi uma das grandes armas mortíferas.

3- Makaira e Falcata

A makaira era arma secundária do infante grego falangista, mas acabou se transformando na arma principal de outros povos (falcata ibérica, kurkri hindu…). Seu formato  amplia lesões produzidas por golpes de gume sem deixar a arma presa no corpo do adversário. Íberos com falcatas são considerados os melhores espadachins do mundo mediterrâneo dos séculos III e II a.C. Os modelos íberos geralmente possuem uma cabeça de cavalo no cabo.

4- Espada Celta

Os celtas eram mestres na metalurgia. As espadas retas de dois gumes surgem como facas longas ainda no neolítico. Mas eram quebradiças. Com a metalurgia do ferro elas ganham outra  desenvoltura. As espadas dão: 1) mais alcance que as facas 2) possibilidade de ampliar a lesão do golpe de aresta pelo seu peso e 3) a possibilidade de terçar armas, isto é, aparar golpes do adversário com a lâmina, mais facilmente. Com a criação das legiões romanas, as espadas celtas (spatha gálica) ganham importância tática, sendo uma das maiores armas mortíferas.

5- Machado-Epsilon

Armas Mortíferas

Foto da reconstrução de um Machado Epsilon Egípcio

O aperfeiçoamento de machados neolíticos em objetos de bronze, no vale do Nilo resultou no machado epsilon. Assim chamado pelo formato de sua lâmina lembrar  “a letra E dos gregos”.  Feito em várias versões, para uma ou duas mãos, com cabos de diversos comprimentos. Com cabo de lança, ele originou toda a família da alabarda, a família predileta de armas pra infantaria em formação frouxa que precisasse enfrentar cavaleiros em corpo-a-corpo. O versátil machado epsilon só exigia que a formação de batalha fosse pouco densa, para que pudesse ser brandido e não atingisse amigos, conjugando as vantagens da clava e da espada.

6- Adaga-Anel

Arma secundária típica dos alanos, um povo de arqueiros montados de fala iraniana. O anel no cabo possibilitava que o usuário mudasse muito rapidamente a posição da mão, quando enfiava seu dedo anelar no anel do cabo. Golpes podeiram ser desferidos de cima para baixo e de baixo para cima, em sequência. A adaga-anel foi uma das grandes armas mortíferas da História.

7- Falx e Ronfaia

Espadas para uma ou duas mãos, com lâmina curva de um só gume, no lado interno da curva. Arma principal da infantaria trácia e dácia. As falx dácias produziam feridas mutilantes e obrigaram os legionários de Traianus a mudar o feitio de seus elmos e das ombreiras da lorica segmentata. Elas tinham um inconveniente sério: podiam ficar presa no corpo do adversário. A ronfaia trácia aparece um tanto modificada nos gladiadores da modalidade Trácio, adversários tradicionais dos Hoplomacos e Murmillos.

8- Espada Kopesh e Cimitarra

Armas Mortíferas

Reconstrução de uma Espada Kopesh

A espada curva de único gume no lado externo da curva, a kopesh, era a arma por excelência da nobreza da Era do bronze para combates corpo-a-corpo. Ela era boa para golpes de gume. Ela originou a kopis grega (que aparece no filme 300) e a makaira. Ela originou também a cimitarra islâmica. Com advento de raças de cavalos capazes de suportar um homem no lombo, ela se tornou a preferida pelos cavaleiros para fazer a colheita de membros e cabeças sem se preocupar muito se os golpes seriam letais. Além disso, tinham a vantagem de não ficar presas ao corpo do inimigo, devido ao formato curvo com gume no lado convexo.

9- Mangual

O mangual é outro exemplo da ferramenta agrícola capaz de se tornar arma como foices, machados e tridentes.   Os primeiros manguais tinham cabos longos como o da figura e eram usados para debulhar trigo no Egito e Mesopotâmia. A substituição do bastão curto por uma bola de metal, com ou sem espículas, a tornou uma arma temida até por cavaleiros medievais em armadura completa.  Os manguais com espículas fazem mais dano, mas podiam ficar cravados no inimigo e deixar os usuários desarmados. Uma das grandes armas mortíferas.

10- Francisca

A francisca é um machado de arremesso usado por germanos ocidentais das florestas: francos, alamanos, escadinavos e saxões.  A arma tem pouco alcance, mas com contato visual possível nos bosques da Europa central, elas eram ideais. Em caso de necessidade podia ser mantido na mão para combate corpo-a-corpo.  Os francos tinham este nome porque eram uma federação de tribos anti-romanas livres, como eles gostavam de lembrar. Os francos tinham especial predileção por esta arma para arremesso e, por isso, a arma foi assim chamada francisca.

11- Sarissa

Armas Mortíferas

Reconstrução da grande lança Sarissa

As lanças de estocada eram a arma principal das falanges. A lança grega dori ou akantoe, de 2,5 m, era mantida na mão, tinha uma extremidade com ponteira em forma de folha aerodinâmica para entrar e para sair do corpo do inimigo. Na outra extremidade, pontas mais rombudas, cônicas eram usadas para furar inimigos caídos em golpes de cima para baixo e usadas para fincar no chão a arma durante ataques de cavalaria onde o próprio cavalo ajudava a empalá-lo. Aumentando o comprimento de seus eixos, os macedônios produziram a sarissa. Tais lanças chegaram a ter 6m.

12- Pilum

O pilum foi um aperfeiçoamento do dardo comum. Ele tinha uma ponta de metal piramidal para ser difícil de ser arrancado, um longo pescoço de metal para resistir a tentativas de decepar a ponta com golpe de espada e para que a ponteira toda se dobrasse ao invés de se quebrar. Isto impedia reaproveitamento do pilum. Isto também fazia com que o pilum cravando na carne dificilmente fosse arrancado e cravando-se no escudo celta torna-se o escudo muito pesado. Os inimigos tremiam diante desta grande arma mortífera.

13- Martiobarbulum

Preocupações com a economia mais frágil do império após anarquia militar do século III fizeram o pilum ser substituído pelo martiobarbulum (barbinha de Marte) ou plumbata (dardos curtos feitos de chumbo).  Eles precisavam de menos chumbo e de artesãos menos habilidosos para serem feitos, cada legionário poderia carregar vários deles no lado interno de seus escudos parma. E não eram caros como arcos ou necessitavam de grande treinamento. Mas seu alcance era sofrível e não tinham os efeitos inteligentes produzidos pelo pilum.

14- Tridente

Derivado de atividade agrícola ou pesqueira. Os primeiros tridentes surgiram no Paleolítico. A refração na Água pode tornar difícil arpoar um peixe em aguas transparentes.  Os gladiadores retiários ,verdadeiros netunos vivos, os usavam e torciam dentro das vítimas para dano adicional e para que não saíssem facilmente. O tridente foi uma das armas mortíferas mais representadas em filmes sobre gladiadores.

15- Besta

As bestas eram mini-balistas. Em inglês são chamados arcos-em-cruz porque o arco repousa na horizontal perpendicularmente ao eixo principal da arma. Seus projeteis são chamados de virotes. Eram superiores a arcos em poder de penetração e exigiam menos treino dos usuários, porém sua cadência de tiro era muito menor que a dos arcos, porque o remuniciamento era lento. Eram boas armas para snipers, franco atiradores, bem protegidos, distantes e sem pressa de recarregar, como homens em barcos ou ameias de fortes.