No dia 02 de julho, se comemora a Independência da Bahia. Este estado, conhecido pelo axé, Ivetes e trios elétricos, já foi um dos mais combativos da história do Brasil, desde o período colonial. Como forma de comemorar a luta do povo baiano, vamos apresentar, nesta postagem, 10 revoltas que ocorreram na Bahia em vários momentos da História.

Na Bahia, a luta pela Independência veio antes da brasileira, e só concretizou-se quase um ano depois do 7 de setembro de 1822. A contrário do grito às margens do Ipiranga, que ocorreu de forma pacífica, na Bahia ocorreu muito derramamento de sangue na tentativa da província se ver livre do domínio português.

1- Guerra dos Aimorés

Estátua de Índio Aimoré

A Guerra dos Aimorés ocorreu entre 1555 e 1673. Segundo alguns comentaristas da época, os Aimorés eram índios selvagens e nômades. No período mencionado, as suas tribos vinham caçando, pescando e matando inimigos luso-brasileiros ao longo dos rios Jaguaripe e Paraguaçu. Um rastro de devastação vinha desde a região de Ilhéus, Porto Seguro e outras localidades.

2- Levante dos Tupinambás

Índios Tupinambá com armas na mão

Índios Tupinambá com armas na mão

O Levante dos Tupinambás ocorreu entre 1617 e 1621, durante o Período Colonial. A revolta destes indígenas ocorreu, em parte, devido a escravização por parte de brasileiros e lusitanos. E não ficou restrita apenas à Bahia. Em 7 de janeiro de 1619, os Tupinambás chefiados por Guaimiaba, Cabelo de Velha, revoltaram-se contra os portugueses, atacando o Forte do Presépio.

3- Conjuração Baiana

Praça de Salvador durante a Conjuração Baiana, em 1798

Praça de Salvador durante a Conjuração Baiana, em 1798

A Conjuração Baiana, também chamada de Revolta dos Alfaiates, ocorreu em 1798, em Salvador. Da mesma forma que a Conjuração Mineira, também foi um movimento separatista, influenciado pelas ideias iluministas e desejava a proclamação da República. Porém, ao contrário daquela, esta teve maior participação popular e defendia o fim da escravidão. A conjuração contou com a participação de sapateiros, alfaiates, bordadores, ex-escravos e escravos.

4- Revolução Liberal de 1821

Manifestações pela Independência da Bahia, em 1823

Manifestações pela Independência da Bahia, em 1823

A Revolução Liberal de 1821, foi uma adesão de Salvador ao movimento que ocorrera em Portugal, na região do Porto, que exigiu a volta de D. João VI para aquele país. No caso baiano, o movimento exigia uma Constituição para o país e teve participação de Cipriano Barata, José Pedro de Alcântara e o capitão João Ribeiro Neves. A revolução acabou levando à Independência da Bahia, em 1823, quase um ano após a Independência do Brasil.

5- Federação dos Guanais

Pintura Representativa da Praça de Salvador

Pintura Representativa da Praça de Salvador

A Federação do Guanais foi uma revolução nativista, no ano de 1832, nas vilas de São Félix e Cachoeira,  constituindo-se um dos germes que provocaram a revolta maior de 1837, conhecida por Sabinada. Teve como característica um caráter autonomista e republicano, com forte oposição ao governo imperial, e ocorreu devido a indefinição política no país após a abdicação de D. Pedro I.

6- Revolta dos Malês

Escravos durante a Revolta dos Malês, em 1835

Escravos durante a Revolta dos Malês, em 1835

A Revolta dos Malês foi uma mobilização de escravos de origem muçulmana, na cidade de Salvador, em 1835. Os escravos africanos das etnias hauçá, igbomina e Picapó, de religião islâmica, organizaram-se em torno de propostas radicais para libertação dos demais escravos africanos que fossem muçulmanos. “Malê” é o termo que se utilizava para referir-se aos escravos muçulmanos.

7- Sabinada

Cavalaria imperial durante a Sabinada

Cavalaria imperial durante a Sabinada, em 1838

A Sabinada ocorreu de 1837 a 1838, durante o Período Regencial. Seu nome se originou do líder do movimento, o médico Francisco Sabino. A causa principal foi a insatisfação com as autoridades impostas pelos regentes na província. A revolta resultou na organização da República Bahiense. A origem desta revolta é antiga e as motivações muito parecidas com aquelas registradas na Conjuração Baiana e Federação dos Guanais.

8- Motim da Carne sem Osso

Produção de Farinha de Mandioca

Produção de Farinha de Mandioca, no século XIX

O Motim da Carne sem Osso ocorreu em Salvador, em 1858, durante o Segundo Reinado. Dentre os motivos, estavam os abusos praticados no comércio da farinha de mandioca, fundamental à alimentação da maior parte da população daqueles tempos naquela região. A frase que deu nome ao movimento foi: “Queremos carne sem osso e farinha sem caroço!”

9- Guerra de Canudos

Foto tirada do corpo de Antônio Conselheiro

Foto tirada do corpo de Antônio Conselheiro, em 1897

A Guerra de Canudos ocorreu entre 1896 e 1897, durante a República Velha. O arraial de Canudos foi criado sob a liderança de Antônio Conselheiro, e agregava famílias pobres do sertão baiano. O movimento tinha caráter coletivista, messiânico e monarquista. Conselheiro atribuía à República os males que sofria a população brasileira. Foram necessárias quatro expedições para o exército conseguir vencer os sertanejos.

10- Levante Sertanejo

Coronel Marcionillo Souza e aliados, década de 1930

O Levante Sertanejo ocorreu entre 1919 e 1930 e foi altamente elitista, ligado aos interesses dos grandes coronéis baianos. Neste caso, o coronéis Marcionillo Souza, Horácio de Matos, e Anfiófilo Castelo Branco reagiram contra a Lei Estadual n.º 1.104, de 09 de maio de 1916, que pretendia minar seu imenso poder regional. O coronelismo foi um grande fenômeno político da República Velha.