Como março é o mês das mulheres, nada mais justo do que abordar aspectos da história das mulheres, tema muitas vezes negligenciado nos currículos escolares. Por isso, conheça 10 Mulheres Guerreiras Imbatíveis que Tiveram Impacto na História .

Esta lista foi extraída e adaptada do Listverse.

1- Ah-hotep I

Ah-hotep I foi uma figura tão importante no período do Novo Império, que chega a ser considerada, pelos estudiosos, como a principal fundadora da 18ª Dinastia do Egito, no séc. XVI a.C. Ela teve uma vida longa e influente e governou como regente após a morte de seu pai. Neste período, permitiu que seus dois filhos – Kamose e Ahmose I – unificassem o reino após a expulsão dos hicsos. Aliás, ela foi uma das responsáveis pela expulsão deste povo do Egito.

Viveu até os noventa anos e foi enterrada ao lado de Kamose, em Tebas. Armas e jóias encontradas na tumba de Ah-hotep I incluem um machado retratando Ahmose I derrubando um soldado hicso e voando em direção à rainha, o que reforça o seu papel na expulsão dos hicsos. Desta forma, ela ficou conhecida como a rainha guerreira. Ela foi homenageada com uma estela, encomendado por Ahmose I no templo de Amon-Rá, que elogia seus feitos militares.

2- Fu Hao

Fu Hao foi uma consorte do rei Wu Ding, da dinastian Shang, por volta de 1200 a.C. Ela também foi alta sacerdotisa e general militar, algo incomum no seu tempo. Sua tumba foi descoberta intacta em Yinxu, com os tesouros conservados. Os estudiosos modernos encontraram registros sobre ela em inscrições em artefatos em osso. Estas inscrições mostram que ela liderou várias campanhas militares.

Os vizinhos Tu lutaram contra os Shang durante muitas gerações, mas Fu Hao os venceu em uma única batalha. Ela ainda liderou outras campanhas contra os vizinhos Yi, Qiang e Ba, sendo que a batalha contra estes últimos representou a maior emboscada registrada na História da China. Com um exército de 13 mil soldados, ela foi a maior líder militar do seu tempo.

3- Artemísia I de Cária

Artemísia I de Cária se tornou governante da Jônia, cliente dos persas. Ela é lembrada por sua participação na Batalha da Salamina, no contextos das Guerras Médicas. Ela mesmo aconselhou o rei Xerxes a não confrontar os gregos pelo mar. Porém, o rei ignorou o seu conselho e ela participou da batalha comandando cinco navios, em 480 a.C. Em determinado momento, os gregos estiveram próximos de capturar o seu trirreme, quando ela pensou em um plano ardiloso para fugir.

Rapidamente, ela afundou um navio persa, fazendo os gregos pensarem que ela estava lutando ao lado deles. Assim, deixaram-na em paz. Xerxes, assistindo de uma colina próxima, achou que ela tivesse afundado um navio inimigo, e elogiou sua bravura. O rei persa ficou tão orgulhoso, que disse: “Meus homens se transformaram em mulheres, e minhas mulheres em homens”. Artemísia tentou convencer Xerxes a recuar para a Ásia Menor, contrariando os conselhos de outros generais. No fim, os persas sofreram uma grande derrota.

4- Triêu Thi Trinh

Triêu Thi Trinh foi uma guerreira vietnamita do séc. III, que conseguiu resistir às forças de ocupação do Reino Wu. Ela nasceu na província de Thanh Hoa, no norte do Vietnã. Quando ela nasceu, sua província era controlada pelo Reino Wu, um dos três grandes reinos da China. Triêu ficou órfã muito cedo e foi tratada como escrava até os 20 anos.

Ela conseguiu fugir para a floresta e montou um exército de 1000 guerreiros, entre homens e mulheres. Com este poderio, conseguiu libertar uma área do Vietnã do domínio chinês. Com 23 anos, já havia derrotado por volta de 30 batalhões Wu. Alguns documentos dizem que Triêu surgia em batalha montada em um elefante, vestindo uma armadura dourada e brandindo duas espadas.

5- Budica

Mulheres Guerreiras

Estátua de Budica montando uma biga

Budica foi rainha dos Icenos, povo britânico que liderou uma rebelião contra as forças de ocupação do Império Romano, no séc. I. Ao morrer, seu marido havia deixado seu reino para ser governado por uma aliança que envolvia suas filhas e o imperador romano. Porém, os romanos não reconheceram a aliança e assumiram controle total sobre o reino. Na ocasião, Budica foi açoitada e suas filhas foram estupradas.

Mais tarde, ela foi escolhida para liderar seu povo num ataque contra os romanos. Seu exército teve grande sucesso no ataque e destruiu completamente as cidades de Colchester e Londres. Segundo Tácito, o exército de Budica não fazia prisioneiros. Qualquer um que cruzasse seu caminho era simplesmente exterminado. Já Dio Cassius relatou que as mulheres nobres romanas eram decapitadas e tinham os seios cortados e costurados à boca. Ironicamente, há uma estátua de Budica na cidade que ela mesma destruiu.

6- Irmãs Trung

Mulheres Guerreiras

Desenho das Irmãs Trung montando elefantes de guerra

As irmãs Trung foram líderes militares vietnamitas que conseguiram repelir invasões chinesas por três anos seguidos. Elas são consideradas heroínas nacionais no Vietnã. Elas nasceram no séc. I, durante os mil anos de ocupação chinesa. Após lutar contra uma pequena unidade chinesa na aldeia em que viviam, elas montaram um exército formado exclusivamente por mulheres.

Dentro de poucos meses, elas tomaram de volta muitas aldeias das mãos dos chineses e libertaram o Vietnã. Elas se tornaram rainhas e repeliram os ataques chineses durante dois anos. No entanto, a China armou um grande exército para esmagar as irmãs e, apesar do esforço das mulheres guerreiras, o exército chinês foi vitorioso. Para evitar humilhação nas mãos do inimigo, as irmãs Trung cometeram suicídio, afogando-se no rio Day.

7- Zenóbia

Zenóbia governou a Síria de 250 a 275. Ela liderava seu exército montada em um cavalo, com armadura completa. Durante o reinado do imperador romano Cláudio, ela impôs uma derrota tão avassaladora sobre as tropas romanas, que as legiões tiveram que recuar rapidamente para a Ásia Menor. Arábia, Armênia e Pérsia aliaram-se a ela e a declararam rainha do Egito.

Aureliano, sucessor de Cláudio, enviou seus melhores guerreiros para derrotar Zenóbia, mas foram necessários quatro anos de cercos e batalhas para que Palmira – então capital da Síria – fosse conquistada. Zenóbia e mais nove rainhas de províncias aliadas foram capturadas e levadas pelas estradas romanas, presas em correntes. Algum tempo depois, sob ordens de Aureliano, Zenóbia foi exilada em Tibur, mas sua família influenciou a política romana por muitas gerações.

8- Judite

Mulheres Guerreiras

Pintura de Judite cortando cabeças

Judite foi uma rainha não-cristã que governou o reino etíope de D’mt por volta de 960. Ela dominou o antigo reino de Axum, então capital sagrada da Etiópia. Ela foi responsável pela destruição de monumentos, igrejas e tentou eliminar todos os membros da dinastia que reinava, descendentes da rainha de Sabá.

Suas ações foram registradas pela tradição oral e em vários outros registros históricos. Acredita-se que ela matou o imperador e assumiu o trono por 40 anos. Relatos de sua violência e crueldade ainda são contadas pelos camponeses nas comunidades do Norte da Etiópia. Segundo as tradições, ela saqueou e destruiu Debre Damo, local sagrado dos antigos reis da Etiópia.

9- Tamara da Geórgia

Tamara foi a filha do rei George III, da Geórgia. Seu pai a declarou co-governante e herdeira, aparentemente para prevenir disputas após sua morte. Após a morte de George III, Tamara ganhou a reputação de líder excepcional e foi apelidada de “Rei dos Reis e Rainha das Rainhas”, por seu povo.

Tamara desempenhou papel ativo na condução de seu exército. Durante seu governo, a Geórgia atingiu o ápice político, cultural e econômico. Entre 1201 e 1203, os georgianos conquistaram e anexaram as capitais armenas de Ani e Dvin. Em 1204, o exército de Tamara ocupou a cidade de Kars. Neste mesmo ano, Tamara ajudou a fundar o Império de Trebizonda, na margem sul do Mar Negro. Faleceu em 1213.

10- Joana d’Arc

Joana d’Arc é considerada uma das mulheres mais fortes e guerreiras que o mundo já conheceu. Nasceu em 1412, no vilarejo de Domrémy, França. Ao completar 13 anos, a jovem passou a ouvir vozes sagradas, que diziam que a menina deveria salvar a França dos ingleses. Isto ocorreu no ápice da Guerra dos Cem Anos, conflito que se iniciou em 1337 e teve fim em 1453. Tendo Joana completado 16 anos, o rei Carlos VII – ainda não coroado – a equipou e abençoou no cerco de Orleans.

Apesar de estarem em menor número, os franceses contavam com a força, coragem e garra de Joana. A batalha durou alguns dias e os ingleses recuaram. Depois de várias vitórias, Joana coroou Carlos VII, em 1429. Ela foi a única pessoa registrada a comandar o exército de uma nação com apenas dezessete anos. Ela foi julgada por heresia em um falso tribunal e queimada na fogueira. Seu julgamento foi declarado inválido pelo Papa, e ela foi canonizada como santa muitos anos mais tarde.